PEÇA TEATRAL MUITO LOUCA!

O nome: OS SETE DIAS DE SIMÃO LABROSSE.
                               de CAROLE FRÉCHETTE.

A autora é canadense e em 1995 ganhou o Governor’s General Award pela sua peça LES QUATRE MORTS DE MARIE e foi trilhando, a partir daí, uma carreira brilhante com premios e sucesso. Em 2002 recebeu o mais importante prêmio anual na categoria Teatro, do Canadá. Esta peça dos 7 dias de Simão, foi escrita em 1999.

A peça em si é contada por um desempregado que ia inventando cada dia uma ocupação. Quer preencher o vazio que é a sua vida. Então, sucessivamente se propõe a ser: dublê emocional, acabador de frases, adulador de ego, aliviador de consciência e apaixonado à distância. Lembra na sua busca desesperada, as personagens de Beckett.
Simão falha sempre nas tentativas de uma ocupação, mas ele não desiste NUNCA pois está agarrado a um otimismo cego. Junta-se com dois amigos e conta 7 dias de sua vida, esperando que a gente (público)  entenda quão úteis são os seus trabalhos.

Achei esperançosa no início mas muito pesada ao fim, chegando a ser sombria. E o Simão não desistiu…continuou com suas esperanças, afinal ele vive, né? risos.

Moderna pois as ocupações que inventa são frutos da modernidade. Ele entende que o outro não mais está a sentir, então ele se propõe a sentir pelo outro… Ele entende que pela falta de cultura não se consegue formular uma frase até o final, faltam as palavras…Então ele, um rapaz apaixonado pelo cérebro, ajuda, complementando as frases e assim vai. tem horas muito interessantes, quando aparece um "Lorde" casado com uma moça bem mais nova, ela toda preocupada com ecologia e o Lorde quer pagar pra que Simão se revolte e faça manifestações públicas…

É incrível ler pelas entrelinhas o que esta autora sugere…Tudo fruto da modernidade!
Se você tiver acesso, recomendo e adoraria discutí-la.

Também observei o público e admirei o resultado. Muito polêmica, a peça fez poucos se levantarem, a maioria aplaudiu mas houve quem sequer conseguiu bater palmas. Incrível! Como as coisas modernas, com uma dinâmica diferente do padrão pode chocar os mais conservadores…